Como funciona a relação narcisista?

Você vive um relacionamento em que se sente deslocado diante de seu parceiro, que é sempre o centro das atenções? Entenda a relação narcisista, nela não há amor.

Muitas pessoas vivem um relacionamento afetivo, mas se deparam frequentemente com características do parceiro que trazem à tona conflitos, questionamentos e, principalmente, dor. Por conta disto, hoje vamos falar sobre relação narcisista.

É comum que em todos os relacionamentos existam diferenças que causem algum tipo de atrito ou desconforto mas, especificamente quando nos envolvemos com alguém com traços de um transtorno de personalidade, as coisas podem mudar de cena, motivando inúmeros prejuízos e destrutividade.

Para aqueles que acreditam que uma pessoa narcísica é apenas aquele alguém que passa horas admirando a própria imagem, vale a leitura!

Relação narcisista: o que é?

Aqueles que possuem o transtorno de personalidade narcisista ou que possuam traços desta personalidade costumam marcar sua presença por sua autoimagem distorcida na crença de sua superioridade e valor.

Estas pessoas tendem a necessitar ser o centro das atenções e, para que isso ocorra, não medem esforços: seus discursos são sempre voltados para si.

As narrativas possuem um tom de grandiosidade, tendem a desprezar ou diminuir o valor de outras pessoas buscando destaque e estando propensos a se envolverem em situações desagradáveis pela crença pessoal de merecerem sempre um atendimento privilegiado.

Isso os torna intolerantes a filas, atrasos ou comportamentos que possam ser interpretados como indiferença.

O narcisista no relacionamento

Por trás de tantas autoafirmações, o narcisista tende a encobrir uma personalidade frágil e, para que garanta sua zona de conforto que promove a sensação de grandiosidade, tende a buscar parceiros com baixa autoestima.

A relação costuma evoluir para uma dinâmica muito destrutiva no sentido que, para manter-se superior e em evidência, desvaloriza seu parceiro. Distorce situações buscando no outro a posição de submissão e faz manobras para que em todas as situações vividas possa ser valorizado e apreciado, usufruindo de dedicação e serventia, carecendo de empatia e, principalmente, sendo incapaz de contribuir para a troca de um relacionamento saudável no qual é possível se proporcionar ao outro o reconhecimento por seus gestos e esforço.

Nessa dinâmica fortemente marcada pela desigualdade, fica claro que o que permeia a relação é um sentimento mútuo de dependência: por um lado, alguém com delírios de grandiosidade que depende dos esforços de seu parceiro para suas autoafirmações; por outro, alguém com baixa autoestima na posição de submissão e na busca incansável por reconhecimento, distanciando-se absolutamente dos conceitos de amor, troca e parceria.

Prejuízos ao parceiro

Se relacionar com um narcísico é certamente nocivo à autoestima e ao bem-estar emocional. Todo funcionamento característico de um narcisista contribui para que o parceiro se depare frequentemente com o sentimento de solidão

Além de sentimentos de insuficiência ou fracasso pela ausência de reconhecimento, o parceiro desenvolve crenças distorcidas sobre seus próprios valores e sobre a possibilidades de ser considerado uma pessoa interessante por causa da falta de interesse do parceiro, que se restringe a se interessar apenas por si próprio.

A combinação de todas estas características dentro da dinâmica do relacionamento afetivo pode levar ao agravamento da baixa autoestima, como também prejuízos nas perspectivas futuras, isolamento social, autodepreciação, sensação de não se sentir capaz de romper o relacionamento e até mesmo a evolução de um quadro depressivo.

Se você se identificou com esta dinâmica de relacionamento e sente que pode estar vivendo um relacionamento destrutivo com um narcisista, não deixe de buscar apoio profissional para que, através do processo de autoconhecimento e fortalecimento emocional, seja possível o resgate de sua autoestima e empoderamento de sua vida e suas escolhas.