Villanelle: o carisma dos sociopatas

Killing Eve é uma ótima escolha para aqueles que adoram séries que envolvem o tema psicopatia e crimes. A trama é envolvente e baseada na obsessão e perseguição de Eve, uma espiã do governo, por Villanelle, uma assassina muito bem sucedida.

Mesmo sendo a grande vilã da série, são interessantes as características excêntricas de Villanelle e o carisma que desperta em seus expectadores. Afinal, qual a combinação de uma mente tão perigosa e sedutora?

Killing Eve: Eve e Villanelle

A análise psicológica de Villanelle

Villanelle é uma assassina de aluguel que atua em grandes casos, tendo sempre como alvo pessoas muito importantes e de muito poder. Embora tenha uma rotina nada previsível e distante do convívio de todos nós, a assassina marca presença com seu carisma e suas falas inusitadas.

Qual transtorno define a personalidade de Villanelle?

Ao longo de toda série ficam evidentes as características de uma personalidade antissocial. Os sociopatas são incapazes de sentir empatia ou remorso, tornando os assassinatos uma tarefa simples e de fácil execução para Villanelle, o que a torna muito bem sucedida.

Uma de suas características interessantes é o fato de seus impulsos serem muito primitivos. Além de não se sentir intimidada por ninguém, outra característica dos sociopatas, a assassina trata suas vítimas como se fossem verdadeiras presas, demonstrando impulsos primitivos que lembram os de caça entre animais selvagens na natureza.

Calculista e versátil

Por não terem qualquer esboço de inteligência emocional, os sociopatas costumam chamar a atenção por serem calculistas e possuírem muita versatilidade nas habilidades de comunicação e manipulação, fazendo com que seja uma tarefa simples serem vistos como convincentes, inteligentes além de possuírem alta habilidade de persuasão, o que torna mais fácil a aproximação de suas vítimas.

É curioso e impressionante os inúmeros disfarces e artimanhas que Villanelle possui para se aproximar de suas vítimas, rapidamente criando oportunidades para assassiná-las.

O vazio crônico

Por serem desprovidos de emoções, os sociopatas — como relata Villanelle em um dos episódios — sentem intensamente uma sensação de vazio, fazendo com que busquem compulsões ou situações de risco para que assim se sintam vivos e energizados.

No caso de Villanelle fica evidente o prazer expresso em ver suas vítimas agonizando nos seus últimos suspiros e em sua compulsão por compras em roupas, joias e perfumes. Ela própria relata que compra muitas coisas que a façam sentir algo.

Outra característica marcante das tentativas de driblar seu tédio enquanto não está em ação é o ato de usar fantasias no cotidiano e lidar com seu trabalho nada incomum com bom humor e sarcasmo, o que desperta carisma em seus expectadores.

Vínculos idealizados

Sociopatas são incapazes de formar vínculos genuínos e saudáveis, mas podem, sim, criar laços com algumas pessoas — principalmente por, nesses casos, sentirem a obsessão e idealização que estes laços envolvem. Na série, Villanelle demonstra interesse pela espiã que tenta capturá-la há anos. A obsessão — e, de certa forma, admiração que Eve sente por Villanelle favorece que a assassina tente ainda mais chamar sua atenção na execução dos crimes e é revelado que a admiração de Villanelle por Eve vem da associação que ela fez a uma antiga professora por qual acredita ter se apaixonado no passado.

Para aqueles que gostam dessa temática, a série promete muitas emoções e suspense, além do prato cheio para análise de perfis e comportamentos das protagonistas.

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Maitê Hammoud
maitehammoud@hotmail.com